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Acção do gelo

Refere-se à fadiga causada nas peças por sucessivos ciclos de congelamento - descongelamento.

Acessórios (de telhado)

Peças complementares à execução de um telhado.

Argila

Formada através da desagregação de rochas feldespáticas que quando molhada se torna moldável. A argila pode ser encontrada próxima de rios, muitas vezes formando barrancos nas margens. Pode apresentar-se nas cores branca, vermelha, cinzenta e castanha. A argila é composta principalmente por silicatos de alumina hidratados - Al2O3 · 2 SiO2 · 2 H2O , tem baixa cristalinidade e diminutas dimensões (partículas menores que 2 µm de diâmetro). Mineralogicamente, os seus principais componentes são o quartzo, ilite, caulinite, anatase, hematite e feldspatos.

Beirado

Beira no final da vertente saliente da parte exterior, executada com peças acessórias, capa e bica.

Beiral

Beira no final da vertente saliente da parte exterior, executada com a própria telha

Caleira / Laró

Peça côncava aberta, tipicamente em metal, por onde correm líquidos, colocada na horizontal em beirais com a finali- dade de conduzir a água da chuva, evitando assim infiltrações.

Desvão

Espaço livre por baixo da pendente/vertente.

Distância entre ripas ou bitola

Comprimento da parte exposta da telha ou acessório coordenado, medido longitudinalmente.

Engobe

Revestimento final mate de base argilosa, permeável ou impermeável, ou o material que permite obter esse efeito.

Estanquidade

Neste contexto, traduz a capacidade da cobertura impedir completamente a entrada de água. Impõe a avaliação da impermeabilidade do material cerâmico e o recobrimento total do telhado, aliados a uma correcta inclinação do mesmo. O mais desfavorável para a estanquidade do telhado, corresponde à acção conjunta da chuva e do vento, que pode provocar movimentos ascendentes da água no telhado.

Exigências funcionais da cobertura

Critérios mínimos que uma cobertura deve satisfazer. A boa funcionalidade de qualquer cobertura depende de três factores principais: uma concepção geral correcta em fase do projecto, um bom desempenho individual das peças cerâmicas e a sua correcta aplicação no telhado.

Extrusão

Processo de produção.

Fendas

Defeito de estrutura consistindo numa racha com um traçado mais ou menos regular, afectando toda a espessura do produto, visível a olho nu.

Fissura

Fenda com um traçado mais ou menos regular, mas que não afecta toda a espessura do produto.

Fixação das telhas

Utilização de pregos, parafusos, ganchos metálicos ou outros mecanismos auxiliares da fixação das peças que impeça a sua deslocação, por exemplo por acção do vento.

Fractura

Defeito de estrutura consistindo numa separação do produto em dois ou mais fragmentos.

Higroscopicidade

Propriedade dos materiais que traduz a sua capacidade de absorver água. Os materiais cerâmicos são menos higroscópios do que o betão e argamassa.

Lascado

Defeito de superfície de dimensão media superior a 7mm, consistindo numa fracção de material, separada do corpo cerâmico, na parte visível do produto.

Orifício de fixação

Orifício aberto, ou facilmente perfurado sem degradação do produto, destinado a permitir a fixação deste sobre a estrutura de suporte.

Outeiro da Cabeça

Aldeia localizada a 18 Km do concelho de Torres Vedras. Abrange uma área de 5,7 Km2 e tem uma população de 932 habitantes. As principais actividades económicas desenvolvidas são a indústria cerâmica de barro vermelho (telhas e tijolos) e a agricultura.

Passo da telha

Bitola ou distância entre ripas

PDM

Plano Director Municipal.

Pendente

Ou vertente, ou água: qualquer superfície plana de uma cobertura inclinada.

Perfis transversais

Este termo aplica-se à telha canudo e refere-se à largura dos bordos internos das mesmas.

Perne de apoio

Relevo na parte inferior da telha ou acessório que permite a fixação desta sobre a estrutura de suporte, geralmente constituído por ripas.

Pré-furo

Orifício de fixação que não está completamente perfurado.

Produtos de construção

Produtos destinados a serem incorporados ou aplicados de forma permanente, nos empreendimentos de construção.

Quebra

Igual a fractura.

Recobrimento

dos elementos constituintes (telhas e acessórios).

Rectilinearidade

Para as telhas planas ou telhas de encaixe, a rectilinearidade é dada pelo desvio relativo a uma linha recta, medido no bordo da telha, tanto longitudinalmente, como transversalmente. Para telhas de canudo, a rectilinearidade é dada pelo desvio relativo a uma linha recta, medido ao longo da geratriz situada no fundo da concavidade da telha.

Resistência mecânica à flexão

O ensaio consiste em aplicar uma força de forma progressiva sobre a telha, até que esta se parta. O valor registado no momento da ruptura é a resistência á flexão dessa telha.

Ripa

Peça da estrutura secundária da cobertura disposta perpendicularmente à linha de maior declive da vertente, em que se apoiam os elementos do revestimento.

Sobreposição recomendada

Comprimento da telha que deve sobrepor a outra telha seguinte

Telhas cerâmicas

Produtos para colocação descontínua sobre telhados inclinados e para revestimentos de paredes, que são fabricados por conformação (extrusão e /ou prensagem), secagem e cozedura da argila preparada, com ou sem aditivos.

Tonalidade

Variação de tom dentro de uma mesma cor ou dentro de diferentes cores num mesmo fabrico.

Ventilação

Processo de circulação do ar.

Ventilação da face inferior da telha

Também denominada micro–ventilação, é a circulação do ar junto à face inferior da telha. Contribui para a secagem da água da chuva absorvida, para a eliminação do vapor de água produzido no interior e que poderia condensar na face inferior da telha e para assegurar a melhor conservação do ripado quando este é de madeira. Também contribui para a resistência da telha sob a acção do gelo.

Vertentes

Zona de aplicação do laró.

Suporte técnico
de telhados

Anomalias Resultantes de Incorrecta Aplicação

A qualidade dos produtos e do projecto é uma condição necessária mas não suficiente para o bom desempenho da cobertura. Com efeito, em caso de má aplicação, as anomalias detectadas não poderão ser imputadas nem ao fabricante das telhas nem ao projectista.

Nas alíneas seguintes resumem-se as aplicações incorrectas mais frequentes e relevantes.

Encaixe das telhas

Incumprimento de uma das definições básicas na aplicação de telhas: o encaixe. Uma telha mal encaixada constitui um ponto fraco da cobertura.

Neste manual são apresentadas as regras básicas para o assentamento de telhas, cumes e/ou beirados (ver mais pormenores no capítulo dedicado à aplicação de cada tipo de telha: Lusa, Marselha, Canudo e Milénio).

Os erros mais frequentes são o desalinhamento longitudinal e desalinhamento transversal das fiadas. Não raras vezes, as incorrecções resultantes de encaixes defeituosos levam os aplicadores a socorrerem-se da argamassa para solucionarem o problema, prejudicando desta forma o funcionamento de toda uma cobertura.

Sobreposição das telhas

Cabe a cada produtor declarar, para cada modelo por si fabricado, qual o número de telhas a colocar por m2 e as dimensões individuais ou de recobrimento.

A diferença entre os valores  médios medidos e os valores declarados não pode ser superior a 2%, conforme indicado no capítulo 2 relativo às exigências normativas.  O número de telhas a aplicar em cada fiada deve levar em linha de conta o valor do recobrimento declarado e não os valores limite (inferior ou superior).

Em qualquer dos casos, deve ser sempre garantida a suficiente sobreposição das telhas. O não cumprimento deste requisito (sobreposição) pode comprometer o funcionamento da cobertura. Uma sobreposição insuficiente poderá resultar de incorrecto cálculo da medida do ripado ou incorrecta aplicação do mesmo.

Algumas vezes, na tentativa de diminuir o número de telhas a aplicar na cobertura, tenta-se “reduzir” o mais possível a sobreposição (procurando maximizar o recobrimento do telhado com o mínimo de telhas), comprometendo definitivamente o funcionamento do telhado.

Desalinhamento das fiadas

Para obter o alinhamento correcto das telhas de uma cobertura temos de respeitar as indicações referidas no capítulo de aplicação de cada tipo de telha: Lusa, Marselha, Canudo e Milénio.

O não cumprimento destas indicações, associada à execução de ripados com pouco rigor, nomeadamente em argamassa, leva a que no final a cobertura apresente falhas grosseiras, em especial nos recobrimentos, comprometendo seriamente a estética e a funcionalidade da cobertura.

Uso incorrecto de argamassas

É habitual o recurso ao uso excessivo de argamassa para solucionar problemas de encaixe, alinhamento de telhas e remates de algumas zonas da cobertura (nomeadamente, linha de cumeeira e rincões). É convicção incorrecta de quem executa que assim a cobertura fica mais estanque.

A ideia de que, com argamassa tudo se resolve, está errada. As argamassas na presença de humidade têm comportamentos diferentes dos materiais cerâmicos, devido aos graus diferenciados de hidroscopicidade. Os produtos podem ser classificados quanto o grau de higroscopicidade:

  • Produtos hidroscópicos: quando a quantidade de água fixada por absorção é relativamente importante; por exemplo, o betão celular e o gesso.
  • Produtos não hidroscópicos: quando a sua massa é praticamente constante qualquer que seja a humidade do ambiente onde se encontra; por exemplo, a cerâmica.

O tempo de secagem da argamassa é maior que o da peça cerâmica. Assim, a existência de elevadas quantidades de argamassa em contacto com as peças cerâmicas prolonga o tempo de secagem destas. Este prolongamento do tempo de secagem propicia o desenvolvimento de musgos e microorganismos e danos resultantes de ciclos de gelo-degelo, prejudicando o funcionamento da cobertura.

O excesso de argamassa ou o uso de argamassas fortes (ver a secção de preparação das argamassas, no capítulo de aplicação de cada tipo de telha: Lusa, Marselha, Canudo e Milénio) resulta, muitas vezes, no aparecimento de fissuras, criando condições para infiltrações através das próprias argamassas.

Ficha de Aplicação
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